Hei! Vem cá que eu quero te mostrar
Hei! A minha cidade, o meu lugar
Hei! Venha-ver tem um coração
Hei! Tem muito calor, muita emoção
O povo daqui gosta de cantar
Tem religião, gosta de rezar
Tem cristianismo, tem candomblé
Tem muita cachaça e muita mulher
Tem Luiz Gonzaga, Rei do Baião
Tem Alceu Valença, anunciação
E em Olinda, o carnaval
É o melhor do mundo
É sensacional
Venha-Ver tem encantos mil
É... É um pedacinho do Brasil
É um paraíso tropical
Tem... Tem um acervo cultural
Ela é a Veneza desse Brasil
É intercortada por muitos rios
A capital do meu Pernambuco
Capitania que deu mais lucro
Ela é a cidade que viu surgir
Três grandes heróis da nossa nação
O negrão Henrique e o branco Negreiros
O índio Felipe e o Camarão
De Porto Alegre até Boa Vista
De Porto Velho até Natal
Em diagonal até Fortaleza
O Brasil, eu sei, tem muita beleza
Mas sou de Recife e devo cantar
A minha cidade, o meu lugar
Você não entende se não quiser
Tem muita cachaça e muita mulher
Eu vim de lá
Do interior
Aonde a religião
Ainda é importante
Lá se alguém passa
Em frente da matriz
Se benze e pensa em Deus
E não sente vergonha de ter fé
Eu vim de lá do interior
E sei que a religião
Já não influi mais tanto
Nas pessoas
Sei que a televisão
O rádio e o jornal
Convencem mais cabeças
Do que o padre lá no altar
Mas deixa eu lhe dizer
Que eu ainda creio e quero crer
Que sem religião não sei viver
Não sei viver!
Não sei viver!
Frei Damião, onde andará frei Damião
Deu-lhe o destino, viver nordestino
É hoje o nosso irmão
Quando o galo canta na madrugada
Já toda gente de pé benze na procissão
Numa marcha santa dentro da alvorada
Lá no meu pé de serra
Deixei ficar meu coração
Ai, que saudades tenho
Eu vou voltar pro meu sertão
No meu roçado trabalhava todo dia
Mas no meu rancho tinha tudo o que queria
Lá se dançava quase toda quinta-feira
Sanfona não faltava e tome xóte a noite inteira
O xóte é bom
De se dançar
A gente gruda na cabôcla sem soltar
Um passo lá
Um outro cá
Enquanto o fole tá tocando,
tá gemendo, tá chorando,
Tá fungando, reclamando sem parar.
Deixei ficar meu coração
Ai, que saudades tenho
Eu vou voltar pro meu sertão
No meu roçado trabalhava todo dia
Mas no meu rancho tinha tudo o que queria
Lá se dançava quase toda quinta-feira
Sanfona não faltava e tome xóte a noite inteira
O xóte é bom
De se dançar
A gente gruda na cabôcla sem soltar
Um passo lá
Um outro cá
Enquanto o fole tá tocando,
tá gemendo, tá chorando,
Tá fungando, reclamando sem parar.
A vida aqui só é ruim quando não chove no chão
Mas se chover dá de tudo fartura tem de montão
Tomara que chova logo tomara meu deus tomara
Só deixo o meu cariri no último pau-de-arara (bis)
Enquanto a minha vaquinha tiver o couro e o osso
E puder com o chocalho pendurado no pescoço
Eu vou ficando por aqui que deus do céu me ajude
Quem sai da terra natal em outros cantos não para
Só deixo o meu cariri no último pau-de-arara (bis)
Mandacaru, quando fulora lá na seca
É o sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjoa da boneca
É sinal que o amor já chegou no coração
Meia comprida, não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado não quer mais vestir gibão
Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar
De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando
Sonhando acordada
O pai leva ao doutô
A filha adoentada
Não come nem estuda,
Não dorme, nem quer nada
Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar
Mas o doutô nem examina
Chamando o pai de lado
Lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade
Que pra tal menina
Não há um só remédio
Em toda medicina
Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar
SAMARA MARTINS
Nenhum comentário:
Postar um comentário