Senhor umas casas existem no vosso reino onde homens vivem em comum, comendo do mesmo alimento, dormindo em leitos iguais. De manhã, a um toque de corneta se levantam para obedecer. De noite a outro toque de corneta se deitam obedecendo. Da vontade fizeram renúncia como da vida. Seu nome é sacrifício. Por ofício desprezam a morte e sofrimento físico. Seus pecados mesmos são generosos, facilmente esplêndidos.
A beleza de suas ações e tão grande que os poetas não se cansam de celebrá-la. E quando eles passam juntos fazendo barulho, os corações mais cansados sentem estremecer alguma coisa dentro de si. Agente conhece-os por militares...
Corações mesquinhos lançam-lhes em rosto o próprio pão que comem, como se os pobres do pré pudessem pagar a liberdade e a vida. Publicistas de vista curta acham-lhes caro demais, como se houvesse alguma coisa mais cara que a servidão. Eles, porém, calados, continuam guardando a nação do estrangeiro e de si mesmo. Pelo preço de sua sujeição eles compram a liberdade para todos e os defendem da invasão estranha e do jogo das paixões. Se a força das coisas os impedem agora de fazer em rigor tudo isso, algum dia o fizeram, algum dia o farão. E, desde hoje, é como o fizessem. Porque por definição o homem de guerra, soldado, é nobre e quando ele se põe em macha, a sua esquerda vai à coragem e a direita a disciplina. (Nilson Macedo)
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