Natal
(RN), 15 de abril de 2013 – Apesar do
cenário de incerteza da economia mundial e da instabilidade climática do
semiárido, o Produto Interno Bruto (PIB) da Região Nordeste deve crescer 3,7%
neste ano, mais do que o Brasil (3,4%). A
estimativa é do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene),
órgão vinculado ao BNB, e tem como base
projeções realizadas no último mês.
Para
o superintendente do Etene, Fran Bezerra, o crescimento do PIB nordestino
está associado aos investimentos em infraestrutura que vêm sendo realizados em
estados da Região, reforçado pelo desempenho positivo das atividades
comerciais e de produção física industrial.
“O
consumo das famílias é o grande trunfo da economia regional, e reflete as
condições favoráveis de expansão do crédito e da massa salarial. Além disso,
a indústria nordestina vem se recuperando nos últimos meses. Isto se deve
sobretudo aos incentivos à produção de calçados, vestuário e têxtil, que
utilizam mão de obra intensiva, e aos segmentos vinculados ao setor de bens
intermediários, como produtos químicos, papel e celulose”, avalia o
superintendente.
Ele
acredita que a Região continuará crescendo um pouco mais do que o país, uma
vez que a relação entre a arrecadação do ICMS do Nordeste, que deve crescer
acima dos 5%, e a do Brasil é uma aproximação aceitável da relação entre os
dois PIBs.
Ainda
segundo o superintendente, as indústrias brasileira e nordestina devem
crescer 3,3% e 4,4%, respectivamente, apesar da perda de competitividade
inovadora num ambiente internacional crítico e do acirramento do
protecionismo cambial, além, da agressiva concorrência asiática.
O
Etene também indica que, neste ano, o comércio poderá registrar menores taxas
de crescimento, comparados a 2012, para o Brasil no agregado e na média
regional do Nordeste, muito embora, ainda, sejam crescimentos expressivos.
Assim, as projeções de 2013 para o Brasil e Nordeste indicam elevação de
8,14% e 8,20%, respectivamente.
Com
relação ao crédito, a demanda deverá continuar aquecida, influenciada pela
retomada da atividade econômica e pela continuação do crescimento do emprego
e da massa salarial, esperando-se, contudo, uma leve subida na taxa de
inadimplência. No Nordeste, o índice de aumento das operações de
crédito também deverá em 2013 manter-se elevado (18,0%). Em 2012, os bancos
oficiais responderam pela maior parcela dos depósitos (66,8%) e das operações
de crédito (74,2%), cabendo à banca privada as parcelas restantes. Os bancos
oficiais deverão continuar expandindo seus negócios a um ritmo bem superior
aos da banca privada.
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