15/03/2014

JORNAL NACIONAL EXIBE REPORTAGEM SOBRE ABATE DE JUMENTOS PARA CONSUMO


Promotor propõe abate de jumentos para consumo após acidentes


Rio Grande do Norte tem cerca de 20 mil jumentos. Muitos ficam soltos pelas estradas o que pode provocar graves acidentes.

A grande quantidade de jumentos soltos nas estradas do Rio Grande do Norte levou o promotor da cidade de Apodi a propor o abate dos animais pra consumo. E dois já foram servidos.

Para a maioria dos moradores, a sensação é de estranheza. "Aqui a gente não tem costume de comer carne de jegue. Por isso que eu não aprovo, não sei os outros", diz um homem.

Mas teve gente que provou e gostou. "Eu peguei o churrasco, o escondidinho de carne de sol, o filé à parmegiana e o filé ao molho madeira. Estão todos muito bons, compatíveis com qualquer outra carne", diz Edilson Freire, advogado.

"Essa carne, ela é mais pobre em gordura que a bovina e mais rica em proteína”, afirma Girlene Ferreira, nutricionista.

Dois animais foram abatidos para o almoço experimental oferecido pelo promotor de Apodi.
Trezentas pessoas degustaram os cem quilos de carne de jumento. Um veterinário acompanhou o abate e emitiu um laudo que garante a qualidade do produto.

"A nossa ideia é difundir às pessoas que a carne de jumento é própria para consumo, no intuito de retirar esses animais das rodovias", explica o promotor Silvio Brito, de Apodi.

O Rio Grande do Norte tem hoje cerca de 20 mil jumentos. Muitos não têm dono.
Soltos, perto das estradas, os jumentos atravessam a pista em busca de mais alimento. E é aí que acontecem os acidentes.

"No ano de 2013, nós tivemos 47 acidentes. Três pessoas vieram, infelizmente, a falecer", revela Carlos Kleber de Sampaio Lima Filgueira, inspetor-chefe da PRF de Mossoró.

A captura dos bichos ajuda a combater o problema, mas a associação que cuida dos jumentos já abriga 480 animais e tem dificuldade em manter a criação.

"O único apoio que eu estou recebendo aqui é por parte da promotoria pública", declara Eribaldo Gomes Nobre, presidente da APA.

O abate de jumentos para consumo é previsto por lei desde que realizado em um estabelecimento credenciado pelos institutos de inspeção sanitária. Mas muitos ambientalistas e veterinários acham que os animais podem ter outra destinação

"A retomada da cultura da tração vai fazer com que o pequeno agricultor, que hoje se endivida ao adquirir um financiamento em um banco ou em uma outra entidade para comprar um trator, para comprar uma moto, que seja, para comprar um implemento agrícola. Se ele adquirisse animais, a manutenção desses animais seria muito mais fácil de ser feita mesmo em condições adversas. Aí a gente ia ter uma cultura de manutenção e uso da espécie e não uma cultura de extinção da espécie. Essa é a grande diferença", declarou Kléber Jacinto, ambientalista da ONG DNA.

A Sociedade Protetora dos Animais do Rio Grande do Norte é contra o abate de jumentos pra resolver o problema nas estradas. E pretende se reunir com a Promotoria estadual de Defesa do Meio Ambiente pra tentar impedir o projeto.

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