Na medicina, assim como em várias outras áreas do
conhecimento humano, nada é 100%. A vacina contra o HPV não é exceção, e
é natural que os pais queiram tirar dúvidas sobre eficácia e riscos.
Desde que o governo federal divulgou, em julho de 2013, os detalhes
sobre o programa de vacinação na rede pública, retornaram aos grupos de
discussão na internet e às colunas dos jornais depoimentos que
questionam a necessidade da imunização em massa. Além de argumentos
religiosos e temores de que a vacina possa estimular o início da vida
sexual entre as meninas, há também médicos que se posicionaram contra.
Em fevereiro, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e
Comunidade (SBMFC) divulgou carta informando que, de acordo com o
conhecimento científico atual a respeito do tema, a instituição entende
que não há evidências de que a vacinação seja mais eficaz que a
estratégia atual – o rastreamento por meio do papanicolau, no exame
ginecológico.
Segundo o diretor da SBMFC, Daniel Knupp, a vacinação contra HPV não
descarta a necessidade do rastreamento, por três razões: não elimina por
completo a formação de lesões precursoras do câncer; não é possível
afirmar o quão duradora vai ser a imunidade conferida pela vacina; e
existem outros tipos de HPV não cobertos pela imunização. Segundo a
SBMFC, não há ainda comprovação científica de que a vacina promova uma
redução da mortalidade por câncer de colo do útero e a incidência do
câncer propriamente dito – ela ‘apenas’ diminuiria os casos das lesões
precursoras da doença.
VIA ROBSON PIRES
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