- Com os vereadores foram encontrados de autorizações para abastecimento e R$ 820
Dois vereadores de Nova Londrina, no noroeste do Paraná, foram presos no
final da tarde de quarta-feira (1º), acusados de compra de votos.
Mario Sonsim (PDT) e Nelson da Costa (PSD) foram flagrados pelo
Ministério Público abordando eleitores e oferecendo autorizações para
abastecimento de 10, 20 e 30 litros de combustível em postos da cidade.
Em troca do benefício, os eleitores eram obrigados a fornecer dados
pessoas e números de documentos e prometer o voto em candidatos apoiados
pelos vereadores. A polícia tem imagens e gravações que comprovariam a
captação ilícita de votos.
No momento da prisão --realizada em ação conjunto pelo MP, com apoio das
polícias Civil e Militar--, foram encontrados com os vereadores dezenas
de autorizações para abastecimento e R$ 820 em dinheiro, em notas de R$
50, R$ 20 e R$ 10.
Uma agenda preenchida com nomes e números de documentos de eleitores que
já haviam recebido as autorizações de abastecimento também foi
apreendida.
Os dois vereadores foram levados para a delegacia da cidade e só
deixaram o local na madrugada desta quinta, após prestarem depoimentos e
pagarem fiança, que não teve o valor revelado.
O delegado de Nova Londrina, Alysson Tinoco, disse que os vereadores
assumiram a distribuição dos vales de abastecimento e justificaram que
ação ocorre em várias cidades durante o período eleitoral.
A polícia investiga se além das autorizações, os vereadores também compravam os votos utilizando o dinheiro encontrado com eles.
Eleitores que foram abordados pelos vereadores também foram ouvidos pela
polícia e confirmaram que receberam as autorizações de abastecimento em
troca da promessa de votar em candidatos apoiados por Sonsim e Costa.
O promotor Diego André Coqueiro Barros informou que o inquérito vai
investigar se a compra de votos era realizada por determinação de
candidatos. De acordo com ele, os vereadores apoiavam candidatos a
vários cargos e de diferentes coligações partidárias. Os nomes dos
candidatos não foram divulgados.
Se a apuração identificar que a ação dos vereadores era determinada por
algum candidato, o caso será compartilhado com a procuradoria eleitoral
do Ministério Público Federal.
Se comprovada que houve compra de votos e que a ação foi espontânea dos
vereadores, eles podem ser denunciados pelo crime de captação ilícita de
votos e, se condenados, podem perder os cargos no legislativo
municipal.
Sonsim e Costa não foram localizados pela reportagem. Na Câmara
Municipal de Nova Londrina, um assessor informou que eles não falariam
com a imprensa. O assessor também disse que não tinha autorização para
revelar quem era o responsável pela defesa dos vereadores.
*Carlos Ohara
Do UOL, em Curitiba/NOSSO PARANA
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