O período de início da safra de caju no Rio Grande do Norte não se
mostra nada promissora para a maioria dos produtores. O estado, que nos
últimos três anos, tem sido castigado pelos baixos índices de chuvas, os
agricultores não devem conseguir colher uma boa safra de caju. A seca
comprometeu a produção das castanhas e as vendas para o exterior
precisaram ser suspensas para evitar prejuízos ainda maiores.
De acordo com o depoimento de produtores da região, a colheita do caju
começou, mas esse será mais um ano de dificuldade para a população de
Serra do Mel, principal produtor da região.
A falta de chuvas na região tem prejudicado a produção de castanha,
principal fonte de renda das famílias potiguares. Durante muitos anos, a
castanha vinha sendo o principal produto da pauta de exportação do RN.
O município, que costumava produzir 50 mil toneladas de castanha por
ano, não deve chegar a oito mil toneladas nesta safra. Em época de
safra, haveria ao menos oito pessoas trabalhando em um dos lotes da
região. Mas hoje não há ninguém no local.
As chuvas na região se concentram entre janeiro e abril. De acordo com
os especialistas, para garantir uma boa safra seria necessário um volume
médio em torno de 800 milímetros, mas choveu apenas 300 milímetros, o
que está mais uma vez provocando a queda na produção. “O volume de
chuvas registrado neste ano de 2014 foi a metade do previsto, o que
acabou causando novos prejuízos”, destaca o técnico agrícola Paulo
Almeida com vasta experiência no setor.
A única cooperativa do estado que exportava a amêndoa não está
negociando com compradores de fora do país porque não tem produto
suficiente para atender aos pedidos.
“Esse ano, o pessoal da Europa já está entrando em contato para comprar.
Mas a gente está com medo de fechar um pré-contrato e não cumprir. Se o
contrato não for cumprido, quem paga o prejuízo é a gente. O preço é
muito alto”, diz João Duarte, presidente da Coopercaju.
A menor oferta provocou aumento no preço da castanha. O quilo está sendo vendido por R$ 3,00. No ano passado, valia 2,50.
Cajucultura potiguar continua em queda
Ao contrário do período entre os anos de 2009/2010, considerado um dos
melhores dos últimos anos para a cajucultura potiguar. Neste ano a
situação é preocupante.
A safra de 2014 deve ficar bem abaixo do que foi produzido no território
potiguar no ano passado, quando foi inferior a 15.000 toneladas. Isso,
por causa da seca que atingiu praticamente todos os cajueirais, exceto
àqueles cultivados com a variedade precoce e sob o sistema de irrigação.
Por conta da escassez da matéria-prima, muitas fábricas de
beneficiamento foram fechadas e as grandes indústrias foram obrigadas a
importar castanha dos países africanos.
Em recente entrevista ao Jornal De Fato, o prefeito de Portalegre,
Manoel de Freitas Neto, o “Neto da Emater”, relatou a dificuldade dos
produtores em manter o cultivo do caju. Segundo ele, a seca que vem
atingindo o RN tem feito com que muitos produtores estejam trocando a
cultura do caju por outros produtos. Mesmo comprando o produto de outros
municípios, como Apodi e Severiano Melo, a situação das fábricas de
beneficiamento também está se complicando.
As chuvas que caíram na Região Oeste, sobretudo nos municípios de Serra
do Mel, Apodi, Severiano Melo e Portalegre não foram suficientes para
oferecer melhores produtividades. Da mesma forma, enquadram-se os
municípios da Serra de Santana, principalmente Bodó, Lagoa Nova e Cerro
Corá - tradicionais importantes produtores de castanha de caju.
http://joseniasfreitas.blogspot.com.br/
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