22/01/2018

UMA REFLEXÃO SOBRE A ÚLTIMA HORA DA VIDA

O INEVITÁVEL PODE SER AGORA
Uma reflexão sobre a última hora da vida
Resultado de imagem para SE O ULTIMO DIA DE SUA VIDA FOSSE HOJE
Outro dia entrei numa livraria e lá estava um livro: “Se só me restasse uma hora de vida”. O título soou-me um pouco perturbador. Não cheguei a ler o exemplar. Mas a temática exige reflexão.
Decerto, não termos tempo para meditar em coisas dessa natureza. Vivemos apressados demais. Nosso cotidiano é muito tresloucado para meditarmos sobre o que deveríamos fazer na última hora de nossa vida.
Verdade é que não sabemos em que momento vamos como diria Fernando Pessoa, “arrumar as malas para o definitivo”. Se soubéssemos quando a ampulheta fosse determinar o tempo final, faríamos a mais importante pausa da vida. E nela deixaríamos à margem tudo aquilo que até então nos consome: a sanha obstinada por prioridades efêmeras.
Cada um ao seu modo, certamente, daria uma ajeitada na vida, faria um conserto com a consciência. Todos os projetos seriam postos de lado. E aquele ignorado e protelado, passaria a ser o principal: o que fazer agora? Só me resta uma hora…
Para bem da verdade, achamos que isso só acontecerá com os outros. Conosco, não. É como quando na juventude, achamos que nunca ficaremos velhos. Por isso não temos tempo para meditar naquilo que supostamente não acontecerá, pelo menos conosco. E assim vamos vivendo todas as horas como se o relógio em nenhum momento fosse parar.
Bem, claro que alguém possa pensar que isso não lhe calha, por ser uma pessoa preocupada com a finitude e tem certa predileção espiritual, e que, portanto, tem plena consciência de não se deixar ser pego de surpresa pelo imprevisto da viagem final. Ótimo! Então essas palavras não lhes servem; ou, ao contrário, endossam a necessidade de mais uma reflexão sobre a possibilidade do morrer em uma hora dessas.
Muitos sábios da história abordaram o problema da finitude. Desde os antigos orientais, perpassando pelos antigos filósofos gregos, sem a temática se esvair nessa era. Esgotaram e desvendaram o segredo? Não. Se tivessem feito, teríamos a fórmula. E assim necessidade de meditar sobre o enigma da morte perderia o sentido. Pois bem, sejamos vigilantes.
Os patrísticos (pais da Igreja) consideraram tão importante a questão da finitude, que não a deixaram em plano secundário. Por a morte em seus olhos era um constante exercício filosófico prático; como se percebe a seguir, à guisa de exemplo.
Antonio, no momento da morte, diz aos discípulos: “Vivei como se vós devêsseis morrer a cada dia”. Dos lábios de Atanásio se ouve dizer que “é preciso acordar pensando que talvez não se atingirá a noite, dormir pensando que não se acordará.” E continua, pois “se vivermos como se devêssemos morrer a cada dia, não pecaremos”. Já, Epíteto, por sua vez, recomendava: “Que a morte esteja diante de teus olhos a cada dia”.
Pausemos, aqui. O tema é denso. Acima das forças. Esgotá-lo, impossível. Apenas permitam uma nota final: Estamos no mundo, mas não somos do mundo. Qualquer hora dessas seremos chamados a comparecer diante de Deus. Teremos que nos apresentar de mãos limpas, para ao menos receber o seu perdão.
Teremos em nossa última hora a intrepidez de viver como se encara o sol de frente? Eis uma questão crucial. O problema e a dificuldade disso é que não saberemos quando será. Portanto, estejamos sempre vigilantes. O relógio está dando voltas. E o inevitável poderá ser agora.

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