Foto: Divulgação/Instituto Butantan
A solicitação foi feita pelo Instituto Butantan – que produz a Coronavac em parceiria com a chinesa Sinovac–, para importação, em caráter excepcional, da matéria-prima para fabricação da vacina adsorvida Covid-19 (inativa), em estudo clínico fase III, ainda sem registro no Brasil.
O tema foi discutido em Circuito Deliberativo, entre esta terça-feira (27) e quarta-feira (28). O Circuito Deliberativo é uma instância de votação on-line dos diretores da Agência.
A autorização definiu algumas condições para a importação excepcional.
Não houve atraso na liberação dos insumos
Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (28), o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, negou que tenha havido atrasos no processo de liberação de matéria-prima para produção da vacina do Instituto Butantan em conjunto com a biofarmacêutica chinesa Sinovac.
“Falar em atraso é algo que não se sustenta”, declarou, minutos após a publicação da autorização pela agência.
Na semana passada, o diretor do Butantan, Dimas Covas, disse que a entidade reguladora estaria retardando a concessão do aval para a importação desses materiais.
“É um processo de extrema seriedade. É a responsabilidade de dizer a um pai, ‘vacine o seu fiilho, é seguro'”, comparou. “Os expedientes para análise deram entrada no dia 23 de setembro. A data de entrada é importante, mas não é o mais importante, houve análise e observação de discrepâncias”, disse.
“Neste processo, deram entrada em 22 de outubro e, depois, complementadas durante o dia 23 de outubro. Do dia 23 até a presente data, é um tempo bastante célere e razoável”, afirmou.
Ele explicou que, quando há diferenças ou dúvidas no processo, elas são enviadas de volta ao instituto desenvolvedor e, então, respondidas. “É alguma dúvida residual para termos a tranquilidade de dizer ‘agora sim, agora podemos anuir”, disse.
Barra Torres também ressaltou que a autorização desta quarta é diferente da concedida na semana passada, que autorizou a importação de seis milhões de doses da vacina já pronta. “São coisas distintas. Digamos que seja a farinha para fazer o pão, é a matéria-prima”, disse. “Mas tanto na semana passada quanto agora, são autorizações dentro do desenvolvimento vacinal, não há nada de diferente. Isso ocorre agora com essa vacina, em breve, com outra. Está dentro da nossa rotina de trabalho”.
Ele disse que só o Instituto Butantan saberá estipular um prazo para a chegada desses insumos.
O diretor negou qualquer comentário sobre o imbróglio protagonizado pela Coronavac nos últimos dias. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro disse que a “vacina chinesa” não seria comprada.
“Nesse momento, o que o cidadão brasileiro não quer é ver a Anvisa envolvida em questões políticas. Não somos cientistas políticos, comentaristas, já temos bastante trabalho com a atividade reguladora”, disse. “Seria um desserviço neste momento”.
CNN Brasil
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