A tecnologia, criada com o objetivo de encurtar distâncias, tem levado as pessoas a deixarem de lado o convívio em comum. E criou uma nova patologia denominada "tecnose", a compulsão por tecnologia.
Enquanto muitos não acompanham a evolução tecnológica, outros se tornam escravos dela. Assim, o individualismo prevalece e o diálogo, a convivência, o auxílio ao próximo e até mesmo Deus e a espiritualidade ficam em segundo plano.
A internet, o celular e outros mecanismos que deveriam facilitar a vida, tomam tempo e geram estresse, pois é impossível acompanhar e digerir toda a informação disponível. A comunicação apesar de rápida e interligar o planeta, não significa necessariamente eficiência e confiabilidade.
As mudanças estão acontecendo rapidamente. Muitos não conseguem mais viver sem a praticidade da tecnologia, mas para outros a evolução tecnológica é algo distante e até mesmo inacessível. Diante desses dois extremos, é preciso buscar o equilíbrio. Não podemos permitir que nos tornemos pessoas frias, alheias à convivência humana e desconectadas de Deus!
Palavra que orienta
"Por isso mesmo, dedicai todo o esforço em juntar à vossa fé a fortaleza,
à fortaleza o conhecimento,
ao conhecimento o domínio próprio,
ao domínio próprio a constância,
à constância a piedade,
à piedade a fraternidade,
e à fraternidade, o amor" (2Pd 1,5-7).
O Papa Bento XVI refere-se às novas tecnologias como um "verdadeiro dom para a humanidade": "As novas tecnologias contribuem para a expansão do diálogo em povos de diferentes culturas, religiões e países, e precisam ser postas a serviço de todos os seres humanos e de todas as comunidades, sobretudo de quem está necessitado e é vulnerável". Assim, as novas relações que se estabelecem devem promover uma cultura de respeito, diálogo e amizade. Não devemos permitir que a "ligação virtual se torne obsessiva" e, como consequência, "a pessoa venha a isolar-se, interrompendo a interação social real", pois "seria triste se o nosso desejo de sustentar e desenvolver on-line as amizades fosse realizado à custa da nossa disponibilidade para a família, para os vizinhos e para aqueles que encontramos na realidade do dia a dia, no lugar de trabalho, na escola, nos tempos livres".
É, portanto, uma questão de disciplina, de colocar limites a si mesmo, agindo com moderação diante de qualquer tipo de excesso, mantendo o equilíbrio entre o mundo virtual e o real, para não se tornar escravo da tecnologia. Como diz o Apóstolo Paulo: "A mim tudo é permitido, mas nem tudo me convém. A mim tudo é permitido, mas não me deixarei dominar por coisa alguma" (ICor 6,12)
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