Lote de 24 etilômetros importado da Austrália deve chegar ao estado na próxima semana. Equipamento deverá reduzir tempo de fiscalização e consumo de bocais descartáveis.
Novo bafômetro usado pela operação Lei Seca do RN, durante testes — Foto: Divulgação |
Um bafômetro que detecta álcool no ar, dentro do carro, mesmo sem a necessidade de o motorista soprar no bocal, é o novo equipamento que está prestes a entrar em funcionamento nas operações de Lei Seca no Rio Grande do Norte.
A tecnologia vai ser usada para diminuir o tempo de fiscalização, porque no caso de veículos em que não houver sinal de álcool, o condutor será logo liberado. No caso do carro que tiver sinal de "contaminação", o motorista deverá sair para realizar o teste do bafômetro normalmente.
As informações são do comandante da operação Lei Seca no estado, o capitão Isaac Paiva. De acordo com ele, a compra do primeiro lote já foi concluída. São 24 equipamentos que devem chegar até a próxima semana. O investimento do estado foi de aproximadamente R$ 300 mil.
Importado da austrália, o equipamento tem mais precisão, é mais rápido e dispensa o uso dos bocais de plásticos, que são descartáveis, em parte dos testes.
"Ele tem as funções passiva e ativa. Na passiva, ele não precisa de bocal. Basta falar perto dele, que ele identifica se existe álcool no ar. A gente usa a função ativa no caso de ter álcool, porque o motorista sopra no bocal e assim temos maior precisão, para definir se houve crime de trânsito, por exemplo", explica o capitão.
Com a função do novo aparelho, uma das meta é reduzir o consumo dos bocais. Eles só serão usados quando for detectado álcool no ar dentro do carro. A ideia é que o motorista sopre em direção ao aparelho sem bocal. Porém, a precisão é tanta que se houver outra pessoa alcoolizada dentro do carro, o aparelho detecta o álcool no ar.
"Nesses casos, vamos tirar o motorista do ambiente contaminado e ele vai refazer o teste para gente saber se ele está alcoolizado. Se é outra pessoa dentro do veículo, tudo bem", reforça.
De acordo com o comandante, atualmente são usados cerca de 300 a 400 bocais descartáveis por operação, ao custo unitário de R$ 2. Nos anos anteriores, houve uma média de 20 mil abordagens.
Os testes também deverão ser mais rápidos. Enquanto os equipamentos atuais levam de 6 a 10 segundos para apresentar o resultado, esse tempo será reduzido a 3 ou 4 segundos.
Isaac Paiva acredita que o estado será o primeiro no país com esse equipamento. O etilômetro passou pelos testes nacionais, sendo liberado para uso no final do ano passado. O estado aproveitou o edital de compra da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para também adquirir o lote.
A perspectiva é de que todos os aparelhos usados no estado sejam substituídos, com novas aquisições. Atualmente, 120 bafômetros são usados nas operações da Lei Seca no Rio Grande do Norte.
Lei Seca
A Lei Seca é responsável por uma das mais rígidas penalidades previstas pelo Código de Trânsito no Brasil. O valor da multa por dirigir embriagado é de R$2.934,70. Somada à multa, que é de natureza gravíssima, o condutor ainda pode ser penalizado com a perda do direito de dirigir por 1 ano, além da possibilidade de ser preso. Em caso de reincidência em menos de 12 meses, a multa é dobrada.
Nenhuma quantidade de álcool é tolerada, porém quem ultrapassa 0,33 miligrama por litro de ar expelido responde criminalmente, além das penalidades administrativas.
G1 RN.
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