Governo tenta reeditar sucesso da Black Friday. Foto: Cris Faga/Estadão Conteúdo – 23.11.2018
O governo federal anunciou para a primeira quinzena do mês que vem a Semana do Brasil, um período comemorativo de estímulo ao consumo e de patriotismo nos dias próximos a 7 de setembro, data do aniversário da Independência do país.
Na quarta-feira (14), representantes de mais de 100 associações comerciais, segundo contagem do Ministério do Turismo, encontraram-se em São Paulo com integrantes da União e empresas nacionais para definir os detalhes da “Black Friday brasileira”, como vem sendo chamada.
Não há muitas informações sobre o que vai ocorrer nesse período, mas os dias foram definidos entre 6 e 15 de setembro (sim, é mais que uma semana). A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) não soube dizer quantas e quais empresas participarão, mas é certo que o governo corre atrás de adesões a pouco mais de 20 dias para a estreia da iniciativa, que tem a intenção de entrar para o calendário fixo de eventos nacionais.
Na página da secretaria há um link para os empresários que quiserem participar. Lá, eles informam o que farão na Semana do Brasil, digitam seus dados e já podem ter acesso ao download do Selo, ao manual de identidade visual e aos materiais de divulgação.
Segundo a secretaria, a ideia da campanha, “que une o poder público e a iniciativa privada para movimentar nossa economia”, surgiu após o governo identificar “um vazio de ações promocionais em setembro”.
Segundo a secretaria, a ideia da campanha, “que une o poder público e a iniciativa privada para movimentar nossa economia”, surgiu após o governo identificar “um vazio de ações promocionais em setembro”.
Para atrair as empresas, a secretaria explica que o governo entra com o apoio e a divulgação da semana, sem qualquer incentivo extra, e cabe à iniciativa privada atrair os consumidores “com promoções especiais, descontos exclusivos, produtos e serviços temáticos, ambientação de espaços físicos e virtuais e muito mais”.
A verdadeira Black Friday, que já ocorre no país no fim dos meses de novembro desde 2010, conta com divulgação prévia e um portal, no qual aparecem as principais ofertas aos consumidores.
A Semana do Brasil tem o apoio do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), com sede na capital paulista. Entre seus diretores e conselheiros a entidade conta com empresários que já se posicionaram a favor do governo de Jair Bolsonaro, como Flávio Rocha (do grupo Riachuelo), Luciano Hang (da lojas Havan), Sebastião Bomfim (da Centauro) e João Apolinário (da rede Polishop).
No release do Ministério do Turismo promete-se promoções em diárias de hoteis, passagens aéreas, pacotes de viagens e restaurantes. Também são citadas três iniciativas concretas: “A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios), por exemplo, fará um selo comemorativo à Semana do Brasil; a Nike, uma camiseta oficial com a marca da campanha; e o Sebrae/SP, ações voltadas a todas micro e pequenas empresas do estado e de outras regiões do país”.
Procurados, os Correios, a Nike e o Sebrae-SP não responderam ao pedido do R7 de mais detalhes das ações até a publicação desta reportagem. Apenas os Correios confirmaram participação. O IDV também ficou de enviar mais informações sobre a Semana do Brasil, mas, até o fim da noite de quinta-feira (15), não entrou em contato com a redação.
R7
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