Crianças sobem nas costas dos pais e atravessam a correnteza com a ajuda de cordas — Foto: Reprodução/Sistema Verdes Mares |
Com as chuvas, um trecho da estrada fica inundada pelas águas do rio Jordão e, com isso, o ônibus escolar não consegue passar. Os alunos são atravessados agarrados nas costas dos pais ou de moradores da região que ajudam.
As imagens, feitas nesta segunda-feira (1º), mostram crianças e outros moradores das localidades de Jordão, Flores e Veneza que precisam enfrentar a passagem.
Segundo o prefeito da cidade, Francisco Assis Arruda (PDT), este ano é a primeira vez que a área encheu de tal forma. Ele diz ser uma "situação pontual".
Ainda de acordo com ele, os estudantes das três localidades são liberados das aulas em épocas como esta. "Não tem passagem, é muito perigoso, os professores estão orientados quanto a isso", reforça Arruda.
Os moradores da região, que precisam atravessar a área para ter acesso à cidade, enfatizam o perigo da "estrada molhada". Um deles caiu em uma das travessias e quase foi arrastado pelas águas. “Fiquei branquinho (de nervoso), entrou água nos meus ouvidos, nariz, a água suja”, conta Genilson.
O agricultor Marco Antônio afirma que a situação oferece perigo para todos. “É um perigo muito grande, pra nós, que somos pais, e pros alunos. Atravessamos os filhos e as crianças das outras pessoas também. Aqui já tem passado até mulher de resguardo”, revela.
Ainda segundo Antônio, em alguns casos os pais pagam para que outras pessoas atravessem seus filhos. “Quando a mãe não pode, ou tem medo de cair no rio, paga uma pessoa pra poder passar. Tem gente que não passa. E foi o que aconteceu ontem”, comenta, se referindo ao episódio registrado em vídeo.
Perguntado sobre uma solução para os moradores que ficam isolados, o prefeito Arruda afirmou que não há projeto para a área neste momento. "É uma situação eventual. A prefeitura, no momento, não tem projeto de solução para aquela área. Se houver recurso a gente faz a ponte, mas é uma coisa muito pontual, um investimento muito grande pra uma situação eventual. No momento temos outras prioridades", assegurou.
*Por Cinthia Freitas, G1 CE
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